O meu guia da temporada 2020/21 da NBA!

tales I tell past midnight
25 min readDec 29, 2020

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Foto via FiveThirtyEight

Depois da época mais atípica de que há memória, que terminou na “bolha” em Orlando com o coroar dos Los Angeles Lakers como os novos campeões, a NBA está de regresso. A 74ª edição da modalidade começa na madrugada de 23 de dezembro, com dois presentes de natal antecipados onde Warriors x Nets e Clippers x Lakers abrem as hostilidades. Antes da primeira bola ao ar da temporada, segue abaixo a minha preview sobre o que será a época de cada uma das 30 equipas da melhor liga de basquetebol do mundo. Comecemos pelos campeões!

Candidatos ao Título

LOS ANGELES LAKERS

Foto via @Lakers

Os atuais campeões da NBA partem novamente para esta temporada como os grandes favoritos ao título. LeBron James e Anthony Davis continuam ao leme de uma equipa que parece melhorada comparativamente ao ano passado. Chegaram Marc Gasol e Montrelz Harrell (melhor sexto homem em 2019/20) para os lugares de Dwight Howard e JaVale McGee, e ainda Wesley Matthews e Dennis Schröder para as posições de Rajon Rondo e Danny Green. Adições a um plantel que trazem um upgrade no lançamento exterior, na criatividade e na ocupação de espaço interior no meio campo ofensivo. No entanto, podem vir debater-se com algumas dificuldades no jogo defensivo interior. Sem Howard e sem McGee, resta apenas Davis como presença a temer debaixo da tabela defensiva. Livres de lesões e com os devidos ajustes, os Lakers estão prontos a repetir o feito da época passada e conseguir o 18º título de campeão para a franquia.

MILWAUKEE BUCKS

Foto via SNOTAPWI

A equipa tem sido das melhores durante a fase regular já há duas épocas para cá e tem conseguido deixar os fãs com esperança de que pode ser sempre o ano deles. Com Giannis Antetokounmpo como estrela maior, os Bucks têm conseguido bater-se com qualquer equipa da liga… até chegarem aos playoffs. A equipa tem sido incapaz de conseguir boas prestações nas fases a eliminar mesmo sendo favorita na série. E porquê favoritos este ano? Individualmente a equipa tem dos melhores conjuntos da liga e acrescentaram valor onde mais precisavam. A chegada de Jrue Holiday vem trazer um boost na defesa dos Bucks e é, sem dúvida, uma melhoria relativamente ao antigo base da equipa, Eric Bledsoe. O restante núcleo da equipa manteve-se (com uma ou outra saída) e os Bucks continuarão a ser o alvo a abater na conferência Este. Caso consigam arranjar forma de contrariar as “muralhas” defensivas que as equipas montam em Giannis nos playoffs, contem com estes Bucks para discutir o título.

MIAMI HEAT

Foto via Miami Herald

A maior surpresa da época passada foram os Miami Heat. Sem que nada o fizesse prever, a equipa chegou às finais da competição onde acabou por perder para os Lakers. Quintos classificados na fase regular no ano, eliminara, Pacers, Bucks e Celtics nos playoffs, e Miami parece ter sido a equipa que mais cresceu na “bolha” em Orlando. Jimmy Butler chegou-se à frente e mostrou que é capaz de liderar uma equipa, Bam Adebayo confirmou que é o presente e futuro da franquia com exibições incríveis, e Tyler Herro tornou-se numa estrela in the making. Sem grandes alterações no grupo de jogadores à exceção da entrada de Avery Bradley (sendo o seu compromisso defensivo e trabalho de equipa o seu cartão de visita e que encaixa na perfeição naquilo que é a Heat culture), Miami parece estar pronto a começar a nova época da mesma forma que acabara a anterior: capaz de se debater com qualquer equipa. O respeito que conquistaram na época passada e o talento que o plantel tem, colocam a equipa da Flórida numa posição que os permite discutir os lugares cimeiros da conferência Este e ir novamente com tudo nos playoffs.

LOS ANGELES CLIPPERS

Foto via Los Angeles Times

Os Clippers foram a deceção da época passada. Considerados no início da temporada como os favoritos ao título, a equipa de Los Angeles “caiu” dos playoffs às mãos dos Denver Nuggets depois de estar a vencer na série por 3–1(!), custando inclusive o cargo de treinador a Doc Rivers. Tyronn Lue foi o escolhido para treinador para este ano, Paul George assinou um novo contrato de 4 anos com a formação da Califórnia e Kawhi Leonard parece estar apto para fazer uma fase regular mais longa que a época anterior. A equipa é praticamente a mesma do ano passado apenas com as adições de Serge Ibaka e de Luke Kennard. A ausência de um base organizador puro nesta equipa dos Clippers poderá obrigar a franquia a mexer-se no mercado ainda com o decorrer da época. Contudo, o cinco inicial é provavelmente o melhor cinco inicial defensivo da liga e o banco tem profundidade suficiente para a equipa ser considerada novamente uma das favoritas.

BROOKLYN NETS

Foto via New York Post

Os Brooklyn Nets acabaram a época passada a serem “varridos” pelos Raptors nos playoffs. Este ano, partem como um dos candidatos ao título. Tiveram em Kevin Durant o maior reforço depois deste não ter jogado na temporada passada. Kyrie Irving, que apenas realizou 20 jogos no último ano, parece estar pronto e motivado para jogar ao lado de Durant. Para finalizar, contrataram Steve Nash para treinador principal da equipa que conta ainda no staff com Mike D’Antoni e Amar’e Stoudemire. Em termos de plantel, os Nets têm no global uma das melhores equipas ofensivas da liga e serão um verdadeiro pesadelo contra qualquer defesa. Do outro lado do campo, as dificuldades são maiores e estará aí a grande interrogação destes Brooklyn. O meio campo defensivo e a química entre os jogadores serão fatores determinantes para que a equipa tenha o sucesso pretendido: o título. Com apenas mais dois anos de contrato tanto para Irving como para Durant, é imperativo que o titulo seja o objetivo desta temporada para os Nets.

DENVER NUGGETS

Foto via Insider

Os Nuggets fizeram história na época passada ao tornarem-se na primeira equipa a virar duas séries de 1–3 para 4–3 nos mesmos playoffs, sendo eliminados apenas pelos Lakers nas finais da conferência Oeste. Ao mesmo tempo, viram Jamal Murray assumir-se como uma verdadeira superestrela e Michael Porter Jr. a ter um papel cada vez mais importante e afirmar-se como uma base sólida para a equipa. Para este ano, perderam parte do poderio defensivo que tinham com a saída de Jerami Grant, Torrey Craig e Mason Plumlee. Quanto a entradas, destaques para a entrada de JaMychal Green e do rookie Facundo Campazzo de 29 anos ex-Real Madrid. De forma a manterem-se competitivos e com o estatuto de uma das equipas mais competitivas da liga e possíveis candidatas ao título, será necessário adotar esquemas defensivos alternativos tendo em conta os ativos que plantel tem e Porter Jr. terá de se assumir já este ano como a terceira estrela que tem faltado a Denver para dar o passo seguinte. A confirmar-se, e com a companhia de Murray e Nikola Jokic, os Nuggets ficarão ainda mais perto que o ano passado de conseguir chegar à final.

Candidatos aos Playoffs

BOSTON CELTICS

Foto via HoopsHype

Os Celtics pareciam ter tudo a seu favor para chegar novamente às finais da NBA. “Limparam” os 76ers por 4–0, eliminaram na ronda seguinte os campões em título Toronto e tinham pela frente os Miami Heat na final da conferência Este. A falta de consistência e de killer instinct em alguns jogos viriam a ditar o fim da campanha de Boston às mãos do Heat. Esta offseason perderam Gordon Hayward a troco de nada (…) e viram chegar Jeff Teague e Tristan Thompson, dois jogadores de rotação que irão integrar um plantel com pouca profundidade para uma equipa que se quer assumir como uma das favoritas na conferência. Para além destes reforços, também os rookies Aaron Nesmith e Payton Pritchard integrarão o plantel mas sem perspetivas de muitos minutos esta época. Estará nas mãos de Brad Stevens continuar a evoluir o jogo de Jayson Tatum e de Jaylen Brown, as estrelas maiores da equipa, e esperar para que Kemba Walker consiga encontrar a estabilidade e consistência que os Celtics precisam para uma época tão boa ou melhor que a passada.

GOLDEN STATE WARRIORS

Foto via SportsBookWire

Os Warriors pareciam ter tudo preparado para voltar a entrar no lote de equipas favoritas ao troféu este ano mas a lesão de Klay Thompson, em novembro, acabou por tirar Golden State desse patamar, uma vez que o jogador irá falhar a época de 2020/21. A estrela maior Steph Curry estará apto a começar a nova época, depois de ter estado grande parte da época passada de fora, assim como Andrew Wiggins, de quem se espera maior preponderância na equipa, uma vez que Thompson estará de fora. Draymond Green é a grande dúvida para este início de temporada uma vez que é esperado que volte a jogar apenas mais para o final de dezembro. A equipa de Steve Kerr assegurou ainda as contratações de Kelly Oubre Jr. e de Kent Bazemore e do draft chegou o rookie James Wiseman que foi a segunda escolha da classe de 2020. Para os fãs de Golden State, será uma época com aspirações renovadas e, com as peças disponíveis, é de esperar que sejam candidatos, pelo menos, a uma presença nos playoffs.

PHILADELPHIA 76ERS

Foto via ESPN

Se há equipa sob pressão esta temporada são os 76ers. Philadelphia tem sido das equipas de quem se espera sempre mais todos os anos e acabam por não corresponder. O ano passado terminaram a época na primeira ronda dos playoffs “varridos” pelos Celtics. Este ano, o conjunto da Pensilvânia tem o core das últimas épocas com a adição de jogadores experientes (inclusive alguns campeões na temporada passada). É o caso de Danny Green e Dwight Howard que chegam a Philadelphia depois de terem sido campeões pelos Lakers. De saída estiveram Al Horford e Josh Richardson e a equipa assinou ainda com Seth Curry, ganhando aqui mais poder de lançamento exterior. Mesmo com Ben Simmons e com Joel Embiid (de quem se espera uma época mais produtiva agora com mais experiência ao seu redor) poderá, contudo, não ser ainda suficiente para os 76ers ambicionarem mais do que uma boa campanha nos playoffs.

DALLAS MAVERICKS

Foto via The Smoking Cuban

Os Mavericks tiveram uma temporada muito positiva. Terminaram com o ataque mais eficaz da liga e ainda conseguiram duas vitórias nos playoffs frente aos Clippers (equipa que viria a vencer a série por 4–2). Os sinais positivos foram dados e a equipa espera para este ano poder contar com Kristaps Porzingis que tem tido dificuldades em manter-se saudável ao longo da carreira e que se tem falado no mês de Janeiro como data possível de regresso. É expectável também que a estrela Luka Doncic tenha uma época à semelhança da anterior e que lute pela corrida de MVP numa equipa que teve como maiores reforços James Johnson e Josh Richardson, jogadores que virão trazer um acréscimo de qualidade no meio campo defensivo dos Mavs. O título é ainda uma miragem para a equipa Texana, mas Dallas está muito próximo de se tornar um sério candidato mais ano menos ano. Com toda a gente disponível, não deverá ter dificuldade em chegar aos playoffs e quem sabe ir bem longe este ano.

TORONTO RAPTORS

Foto via Slam Online

Após a saída de Kawhi Leonard esperava-se que os Raptors se ressentissem. Verdade é que Toronto conseguiu manter-se no lote de equipas de topo da liga no ano passado e esteve a uma vitória de chegar à final da conferência Este (perdendo 4–3 na série frente aos Boston Celtics). Para este ano, a formação canadiana parece estar um bocadinho mais frágil dado que viu sair Marc Gasol e Serge Ibaka e foi incapaz de colmatar estas duas perdas que traziam dimensão e presença nos dois lados do campo e que foram dois catalisadores do sucesso dos Raptors no título em 2019. Ainda a falta de uma referência ofensiva consistente pode trazer problemas acrescidos. No entanto, a equipa de Kyle Lowry e de Pascal Siakam continuará a ser umas das defesas mais coesas da liga e isso continuará a fazer dos Raptors uma das equipas a temer na conferência Este. Uma presença nos playoffs será relativamente fácil de alcançar. P.S.: Fruto das restrições de viagens entre Canadá e Estados Unidos, os Raptors irão jogar na Amalie Arena em Tampa (Flórida) até que as mesmas sejam levantadas pelos governos.

UTAH JAZZ

Foto via Slam Online

Os Jazz tiveram a hipótese de ter uma campanha nos playoffs no ano passado mais interessante que a que tiveram. Ganhavam a série por 3–1 e depois viram os Nuggets virá-la para 4–3, tornando-se assim numa das 12 equipas na história que permitiu tal feito. Pelo meio, era a relação entre Donovan Mitchell e Rudy Gobert que já tinha visto melhores dias à conta do episódio do francês que menosprezou e brincou com a questão da pandemia antes da época ser adiada e que viria a ser um dos primeiro jogadores a ficar infetado na liga. De positivo, embora que pouco, os fãs dos Jazz puderam assistir à prestação de Mitchell durante a série com os Nuggets onde se exibiu ao nível de uma estrela nas intensas batalhas frente a Jamal Murray. Para este ano, a equipa tem praticamente o mesmo plantel e vê chegar uma cara bem familiar. Derrick Favors, jogador que atuou durante nove temporadas ao serviço de Utah, está de volta “a casa” depois de uma passagem pelos Pelicans. Foi ainda assinada ainda a extensão de contrato por mais cinco anos com Donovan Mitchell. A presença na fase a eliminar é praticamente uma certeza, mas isso tem sido quase todos os anos. O problema maior é a falta de star power que a equipa tem tido e que os impossibilita de ter uma campanha duradoura nos playoffs. O mesmo se prevê este ano.

INDIANA PACERS

Foto via Slam Online

Os Indiana Pacers não sofreram grandes alterações nesta offseason. Talvez o melhor reforço que não é reforço seja mesmo T.J. Warren, jogador que teve uma evolução tremenda durante o período da “bolha” de Orlando e de quem se espera que seja uma das referências nos dois lados do campo para esta temporada. Vitor Oladipo parece estar uma versão melhorada de si mesmo para esta época e a equipa, à semelhança da temporada passada, terá um dos cinco iniciais mais sólidos da liga, ambicionando poder conseguir mais do que uma presença nos playoffs (coisa que aconteceu no ano passado, onde foram eliminados pelos Heat logo na primeira ronda). Espera-se uma boa dinâmica da dupla Turner/Sabonis e que Indiana seja uma das melhores defesas da liga. Com a quantidade de equipas na conferência Este que à partida são mais favoritas aos lugares cimeiros da tabela, é provável que estes Pacers se qualifiquem num dos últimos lugares de acesso à fase a eliminar mas serão certamente um osso duro de roer contra quem calharem.

PORTLAND TRAIL BLAZERS

Foto via Katu

Os Portland Trail Blazers fizeram uma boa campanha na retoma da liga na passada época mas acabaram por perder na primeira ronda dos playoffs frente aos Los Angeles Lakers. Esta época reforçaram-se bem e o plantel tem profundidade para conseguir uma temporada melhor e com objetivos mais ambiciosos. Robert Covington e Derrick Jones Jr. são caras novas na formação de Oregon e com isso a equipa acrescenta não só atleticismo como também mais defesa, pelo menos no papel (relembrando que os Blazers foram uma das piores defesas da liga no ano passado). Ennes Kanter também assinou e, depois de uma longa paragem devido a lesão, Portland conta este ano novamente com Jusuf Nurkic. Sem lesões no decorrer da época e com Damian Lillard e C.J. McCollum mais empenhados nas tarefas defensivas, os Blazers tem tudo para garantir os playoffs novamente este ano e ombrear com as equipas de topo da conferência Oeste.

ATLANTA HAWKS

Foto via Republic World

Provavelmente a equipa que mais evoluiu e que teve um maior acréscimo de qualidade relativamente ao último ano. Com o maior orçamento para contratações da liga para esta época, os Hawks assinaram com os veteranos Danilo Gallinari e Rajon Rondo, com Bogdan Bogdanovic, Kris Dunn e ainda com Solomon Hill. Nas suas duas principais figuras estão o base Trae Young e John Collins, os dois que têm tido significativa evolução de ano para ano e que na companhia de um plantel vasto e versátil, parecem estar em posição de conseguir em termos individuais e coletivos a melhor época de Atlanta nos últimos anos. Para além do seu contributo dentro do campo, caberá ainda aos veteranos recém-chegados desempenharem o papel de mentores para este jovens Hawks que serão certamente uma das equipas a conseguir lugar de playoff no final da fase regular.

HOUSTON ROCKETS

Foto via Minuto USA

Uma das equipas que mais mexidas fez foram os Rockets. Várias narrativas decorreram durante a offseason em Houston e muitas mudanças aconteceram e… estão para acontecer. Por um lado, a equipa falhou novamente uma boa campanha na fase a eliminar na época passada e Mike D’Antoni acabou por informar o front office da equipa Texana de que não iria ser treinador para esta temporada. Stephen Silas, ex-técnico assistente em Dallas será o treinador da equipa e logo aqui se prevê mudanças no estilo do jogo dos Rockets. Também o general manager Daryl Morey acabou por sair da função. Relativamente a jogadores, o base Russell Westbrook foi trocado para Washington a troco de John Wall e assinaram ainda com DeMarcus Cousins, dois jogadores que vêm de recuperação de lesões sem se saber em que nível se irão exibir. Já a estrela James Harden parece estar em fim de linha com o projeto dos Rockets e pediu para ser trocado. Com todas estas alterações que Houston teve e poderá vir a ter durante a temporada, atendendo que James Harden poderá de facto ser trocado a certa altura da época, vários cenários são projetados. Se a equipa decidir ficar com Harden, é expectável que acabem por conseguir chegar ao playoff com maior ou menor dificuldade. Caso Harden saia, e dependendo do que receberem em troca, um novo ciclo poderá iniciar-se em Houston e poderão cair para o lugares de meio da tabela para baixo na conferência.

Candidatos ao Play In

NEW ORLEANS PELICANS

Foto via Slam Online

Para uma das equipas com mais talento na liga, a prestação dos Pelicans na “bolha” em Orlando acabou por ser desastrosa. Com um record de 2–6 quando estava em jogo, na altura, um lugar no play in, New Orleans percebeu que mudanças eram precisas na equipa. Começaram por despedir o treinador Alvin Gentry que foi substituído por Stan Van Gundy. Um dos mais desejados bases da liga, Jrue Holiday, acabou por ser trocado num negócio que envolveu quatro equipas e do qual resultou na chegada de Steven Adams de Oklahoma e Eric Bledsoe de Milwaukee. Já Brandon Ingram assinou uma extensão de contrato por mais cinco anos e a par com Zion Williamson espera-se que continuem a evoluir este ano. Com todas as trocas que ocorreram nos Pelicans, atendendo aos jogadores que ficaram comparativamente ao ano passado, e com a chegada de um novo treinador que precisará de tempo para impor a sua ideia de jogo, New Orleans poderá ter dificuldades em encontrar a coesão e a química necessárias para uma época positiva. Ou seja, uma presença nos playoffs. Não tendo a estrutura nem a qualidade das equipas mais fortes da conferência Oeste, é provável que lutem por um dos lugares de play in neste novo modelo de qualificação para a fase a eliminar.

WASHINGTON WIZARDS

Foto via Hoops Habit

Os Washington Wizards têm este ano um dos backcourts mais eletrizantes da liga depois de terem trocado o seu franchise player nos últimos anos. Foi o fim de um ciclo para John Wall na equipa da capital e um novo se avizinha com a chegada de Russell Westbrook. Em parceria com Bradley Beal, os Wizards parecem estar um pouco melhores comparativamente ao ano passado, pelo menos ofensivamente. Do draft a equipa conseguiu Deni Avdija na 9ª posição e este poderá bem ser um jogador impactante para a equipa já neste seu primeiro ano. Foram também asseguradas as contratações de Robin Lopez e de Raul Neto e uma extensão de contrato de cinco anos com o atirador Davis Bertans pelo valor de $80 milhões de dólares. À primeira vista, os Wizards parecem estar dispostos a construir uma equipa em redor de Bradley Beal de forma a conseguir algo num futuro próximo, entregando-lhe assim as chaves da equipa deixadas por Wall. Prova disso é a contratação de Westbrook. No entanto, a não ser que jogadores jovens em desenvolvimento como Rui Hachimura, Moritz Wagner, Troy Brown Jr., Thomas Bryant e inclusive o rookie Avdija tenham um crescimento significativo já nesta primeira fase da temporada, Washington poderá ambicionar apenas lutar por um passaporte para a fase a eliminar num dos últimos lugares de acesso da conferência.

PHOENIX SUNS

Foto via Slam Online

Os Suns terminaram a temporada passada como equipa invicta na “bolha” em Orlando, depois de um incrível 8–0 durante a fase final da temporada. Embora em vão, dado que não se conseguiram apurar para o “mata-mata”, a equipa do Arizona conseguiu fazer crescer os índices de confiança da equipa e foi, sem dúvida, um bom indicador para o início da temporada que se avizinha. Como se não bastasse, conseguiram assegurar contratações de peso e os fãs podem estar otimistas relativamente a uma eventual e real possibilidade de conseguir chegar aos playoffs este ano. Um dos nomes mais sonantes deste defeso foi Chris Paul e a sua mudança para Phoenix. Chegou via troca com Oklahoma e promete ser, a par com Devin Booker, uma das duplas mais perigosas a nível de passe, leitura de jogo e de marcação de pontos de toda a liga. Outro dos free agents mais cobiçados do defeso, Jae Crowder, acabou por assinar com os Suns e trará um boost a nível defensivo e ainda capacidade de lançamento exterior. Já de Deandre Ayton é esperado que continue a evoluir. Em traços gerais, a adição de Chris Paul por si só já seria um bom indicador dado que na última temporada o veterano base mostrou ser capaz de se dar bem no meio de jovens talentos (recordando que conseguiu conduzir a equipa dos Thunder aos playoffs) e o mesmo é esperado para esta temporada. A falta de mais soluções vindas do banco poderá ser o maior desafio que a equipa encontrará ao longo da época, pelo que um carimbar de passagem à fase a eliminar é fazível mas nada mais do que isso.

ORLANDO MAGIC

Foto via Slam Online

Os Magic acabaram por ser uma agradável surpresa na época passada. Com todas as lesões que assolaram o plantel durante a temporada, a equipa da Flórida conseguiu estar presente no playoffs. “Roubaram” um jogo aos Milwaukee Bucks na primeira ronda mas acabaram eliminados. Este ano a equipa têm praticamente o mesmo elenco do ano passado mas parecem estar num patamar abaixo. Para além da perda por lesão do jovem promissor Jonathan Isaac durante o período da “bolha” e que o afastará da competição durante este ano, os Magic viram o experiente base da equipa sair, D.J. Augustin, abrindo assim lugar para um dos bases menos experientes da equipa. Também Aaron Gordon parece tardar em mostrar todo o potencial que lhe foi reconhecido e não está a conseguir atingir o nível que todos esperam. Problemas que Orlando tem e terá de enfrentar ao longo do ano. Do draft, chegou Cole Anthony que terá a oportunidade de evoluir no seio de um grupo de bons jogadores que continuará a ter em Nikola Vucevic a sua maior estrela e em Terrence Ross o exímio marcador de pontos que voltará a estar na discussão para prémio de melhor sexto-homem do ano. A realidade atual dos Magic colocam-nos no lote das equipas a lutar pela qualificação nos lugares mais baixos da tabela.

MEMPHIS GRIZZLIES

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Uma das equipas mais talentosas da liga está em Memphis e os Grizzlies foram das formações mais divertidas de acompanhar durante a época passada. Sem que nada o fizesse prever, quase conseguiram marcar presença nos playoffs com um plantel recheado de talento, mas pouco experiente. Este ano, face às lesões, Memphis parece que terá de dar um passo atrás no que aos objetivos e ambições de época dizem respeito e muito por conta das lesões de Jaren Jackson Jr. (durante a “bolha” de Orlando e que está ainda por definir a data de regresso) e também de Justise Winslow (que espera-se poder falhar o início da nova temporada). A equipa não está ainda preparada para dar o próximo passo e nem se reforçou nesse sentido, dando de imediato a entender aos fãs que este será novamente um ano para desenvolver jogadores como Ja Morant (rookie do ano em 2019/20), Dillon Brooks e Brandon Clark e esperar que sem lesões a equipa se possa encontrar quando tiver todas as peças disponíveis. Contudo, o talento é imenso e à semelhança do ano passado não será tão surpreendente assim se conseguirem lutar por uma vaga nas últimas posições de acesso para a fase a eliminar.

SAN ANTONIO SPURS

Foto via Slam Online

A equipa de texana falhou os playoffs pela primeira vez em 23 anos. Fruto de uma nova identidade que estes Spurs têm procurado e juntando o facto de terem sido uma das piores defesas da liga na época transata, San Antonio tem pouca margem para progredir este ano. Não conseguiu praticamente nada na free agency devido à falta de cap space e talvez tenha de esperar por 2021 para tentar alguma coisa já sem DeMar DeRozan e LaMarcus Aldridge na equação. Outra das dificuldades que continuará a enfrentar é a falta de atiradores de longa distância. Com as saídas de Bryn Forbes para os Milwaukee Bucks e de Marco Belinelli para Itália, a equipa perdeu poder de “fogo” nesse aspeto do jogo. Para terminar, resta saber se Aldridge se conseguirá enquadrar com estes novos Spurs dado que falhou o retorno da liga em Orlando e vem de uma lesão no ombro. Num início de época que se prevê difícil tendo em conta o calendário e alguns jogadores ainda lesionados (Derrick White, Keldon Johnson e Quinndary Weatherspoon), os primeiros resultados poderão ser um espelho do que que virá a ser a época em San Antonio. Contudo, não nos esqueçamos de quem está ao leme da equipa (Greg Popovich) e contra quem nunca se deve apostar no que a uma eventual qualificação para os playoffs diz respeito.

CHICAGO BULLS

Foto via NBA

A cada ano que passa parece haver cada vem mais dúvidas do que certezas em Chicago. A equipa tem andado à deriva e não se sabe ainda muito bem onde estão nem para onde querem ir estes Bulls. Com basicamente o mesmo leque de jovens jogadores, a equipa mexeu-se no front office. Arturas Karnisovas é o novo vice-presidente executivo de operações de basquetebol da equipa, Marc Eversley é o novo general manager, e Billy Donovan, ex-Oklahoma City Thunder, é o homem que se segue para dar continuidade (ou início) ao projeto da histórica equipa do Illinois. Perderam Kris Dunn, um dos melhores defensores da equipa, viram chegar do draft na 4ª posição o jovem promissor Patrick Williams e assinaram ainda com o veterano Garrett Temple. Será mais um ano em que a equipa terá um grupo com muito potencial para ser extraído e tendo em conta que irão jogar sem qualquer tipo de pressão, o novo modelo de qualificação para a fase a eliminar poderá fazer com que estes jovens Bulls possam lutar por um dos últimos lugares de acesso. Hipoteticamente será provável, mas no global são demasiadas as equipas na conferência Este que estão melhores e bem mais preparadas para lutar de caras por um lugar nas melhores oito no final da fase regular.

SACRAMENTO KINGS

Foto via Slam Online

Os Kings caminham novamente este ano em busca de terminar uma travessia no deserto que dura há já 15 anos e esperam acabar em posição de conseguir os playoffs. Arrancam esta temporada com uma ausência de peso depois de perderem Bogdan Bogdanovic para os Atlanta Hawks e mais problemas podem surgir com o decorrer da época. A equipa viu De’Aaron Fox maturar mais o seu jogo no ano passado e isso pode ser um bom ponto de partida para a nova temporada, uma vez que muitas das boas exibições eram precedidas da disposição e energia que o backcourt trazia para o jogo. A dupla Fox/Buddy Hield terá de mostrar consistência e mostrar que tem o que é preciso para dar o passo seguinte, e isso implica marcar presença nos playoffs. A grande novidade para este ano foi a contratação de Hassan Whiteside, poste que trará presença interior mas que traz um jogo ofensivo muito limitado. Já Harrison Barnes parece ter já atingido o pico daquilo que são as suas capacidades e poderá não ser o marcador de pontos consistente de outras épocas. Um ponto de viragem que poderá ditar o sucesso da campanha dos Kings será essencialmente o desenvolvimento de Marvin Bagley III e que o mesmo se consiga manter saudável durante a temporada. Embora a conferência Oeste esteja recheada de boas equipas, Sacramento poderá e deve lutar por uma vaga nos playoffs.

Restantes Equipas da Liga

MINNESOTA TIMBERWOLVES

Foto via KSL Sports

A equipa não será candidata aos playoffs esta temporada mas há várias razões para seguir com atenção estes jovens Wolves de perto. Na última época a equipa foi uma das oito que ficou de fora da retoma da liga por não ter o record suficiente para concluir a temporada. Ainda assim, este ano, Minnesota é a nova casa da primeira escolha do draft desta época, Anthony Edwards, um jogador de quem se espera muito e que certamente não tardará a conseguir o seu espaço no cinco inicial da equipa. Depois, o regresso de Ricky Rubio é outro dos motivos pelos quais os fãs podem ansiar ver os “lobos” em ação. O base espanhol volta depois de uma passagem por Phoenix e Utah e é expectável que juntamente com Karl Anthony Towns e D’Angelo Russell consiga fazer de Minnesota umas das equipas mais divertidas de ver jogar este ano. O potencial ofensivo que a equipa terá certamente os fará figurar nos highlights semanais da liga mas o mais provável é que os Timberwolves estejam de volta à lotaria do draft já no próximo ano.

CLEVELAND CAVALIERS

Foto via Slam Online

Uma nova época de desenvolvimento e crescimentos para os jovens jogadores de Cleveland é o que se pode esperar este ano. Apesar de terem jogadores veteranos, a equipa na sua globalidade é muito inexperiente e precisa de tempo e espaço para evoluir. A novidade mais sonante para este ano é a aquisição via draft de um dos melhores defensores da classe de 2020, Isaac Okoro. Na companhia de Kevin Porter Jr., Darius Garland e Collin Sexton, os Cavaliers tem aqui promessas para o futuro e encontram-se em clara reconstrução. Os mais veteranos, caso de Kevin Love e Andre Drummond parecem estar desenquadrados com aquilo que são as aspirações e o projeto atuais de Cleveland, e é expectável que possam vir a perder tempo de jogo e de espaço na equipa. Por conseguinte, é possível que pelo menos Love possa vir a ser trocado durante a época a fim de libertar espaço na folha salarial. A busca por a nova identidade pós-LeBron continua e os Cavaliers serão à partida das equipas de quem se espera menos esta época.

OKLAHOMA CITY THUNDER

Foto via Oklahoman

Os Oklahoma City Thunder preparam-se para ser apenas um dos figurantes desta temporada depois de entrarem em clara restruturação. Conseguiram apurar-se para os playoffs durante a “bolha” em Orlando mas este ano a equipa decidiu que era altura de redirecionar o projeto tendo em vista o futuro. Jogadores de peso saíram, como foi o caso de Chris Paul, Danilo Gallinari, Steven Adams e Dennis Schröder e entraram os veteranos Al Horford, George Hill e Trevor Ariza que virão com o papel de mentores e de dar o seu contributo para a evolução dos jogadores talentosos que existem nesta equipa dos Thunder. Shai Gilgeous-Alexander será uma das peças essenciais neste esboço do que será Oklahoma no futuro e poderá ser este ano candidato a vendedor do jogador que mais evoluirá durante a temporada. Com todas as trocas em que estiveram envolvidos, os Thunder têm agora 16 escolhas de draft até 2026. O futuro pertence-lhes.

CHARLOTTE HORNETS

Foto via Slam Online

Os Hornets acabaram a última temporada como um dos piores ataques da liga e a falta de jogadores de qualidade com provas dadas tem sido notória. A equipa falhou a fase a eliminar 13 vezes nos últimos 16 anos e este ano tudo indica que serão 14 em 17. Curiosamente esta época parecem estar ligeiramente melhores com a adição de Gordon Hayward, jogador que procura ainda encontrar a sua melhor forma depois da grave lesão sofrida em 2017 mas que irá ser com certeza a principal arama ofensiva da equipa. Do draft chegou o jovem promissor LaMelo Ball que irá procurar desenvolver o seu jogo no meio de um lote de jogadores promissores. Já Terry Rozier e Devonte’ Graham vêm de uma época de afirmação em Charlotte e veremos como se irão adaptar tendo em conta a chegada do ex-all star Hayward e de Ball. Os playoffs não são mais do que uma miragem para esta formação a formação da Carolina do Norte.

DETROIT PISTONS

Foto via Slam Online

Os Pistons foram das equipas que mais mexeram para esta nova época. O plantel é conjugado por um misto de juventude com potencial, com jogadores veteranos e por jogadores úteis mas que nada virão acrescentar ao estado atual de Detroit. Já se percebeu que o caminho passa por fazer evoluir os jogadores jovens que têm conseguido tanto no draft como através de trocas com as mais diversas equipas. No entanto, um dos melhores jogadores da época passada dos Pistons, Christian Wood acabou por não ser escolhido para dar continuidade ao plano de reestruturação da equipa e acabou por ser trocado para Houston. Da lotaria do draft nesta offseason conseguiram ir buscar Killian Hayes que deverá encaixar já no cinco inicial. Derrick Rose e Blake Griffin são os mais experientes da equipa mas com o histórico de lesões deverão ser não mais do meros personagens secundários ao longo da época. Podem eventualmente vir a ser considerados para troca mais para a frente. Sem grandes objetivos, Detroit deverá figurar entre os piores registos da liga.

NEW YORK KNICKS

Foto via CBS Sports

As principais alterações dos Knicks para este ano aconteceram na liderança da equipa. À frente do front office estará Leon Rose (ex-agente de jogadores que chegou inclusive a representar jogadores como Chris Paul, Carmelo Anthony e Joel Embiid) e no cargo de treinador a equipa tem este ano uma cara conhecida dos fãs de Chicago, pois Tom Thibodeau é o homem que se segue. Conseguiram do draft ir buscar Obi Toppin, um jogador atlético com facilidade em pontuar mas que poderá demorar algum tempo até conseguir um jogo defensivo tão competente. R.J. Barrett e Mitchell Robinson afirmaram-se como as pedras basilares do futuro de New York mas tanto eles, como a restante equipa como o corpo técnico têm uma longa estrada a percorrer. À semelhança de Detroit, a equipa da big apple estará entre as piores a nível de record esta temporada.

Datas importantes no calendário da NBA para 2020/21

22/23 de dezembro — Início da fase regular

4 de março — Fim da primeira parte da fase regular

5 a 10 de março — Fim-de-semana All Star (sem o tradicional All Star Game)

11 de março — InícIo da segunda parte da fase regular

16 de maio — Fim da fase regular

18 a 21 de maio — Play In Tournament

22 de maio a 22 de julho — Playoffs

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Written by tales I tell past midnight

Márcio Pereira, portuguese journalist in a love affair with NBA.

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